Ela morava numa curva de uma estrada, num barracão velho feito de papelão na zona sul da cidade, em contramão.
Às vezes, no caminho para a cidade ele perguntava à mãe se podíam parar e dar-lhe uma boleia.
Às vezes deram, mas as mãos dela não paravam quietas. Wild eyed crazy Mary.
Descendo uma estrada de terra comprida, depois da casa dos Parsons, havia um velho carro azul no qual eles costumavam correr. E uma mercearia com uma placa pendurada que dizia: "'NO LOITERING ALLOWED". Em baixo daquela placa juntava-se sempre imensa gente. "Pega uma garrafa", "Dá um gole", "Passa a garrafa".
Numa noite de trovoada a misericórdia passou através da janela dele, e ele sonhou que voava alto acima das árvores, além das colinas. Avistou a casa de Mary, paredes insuportáveis forradas com jornais, e só Mary se destacava de tudo, tudo.
Na manhã seguinte no caminho para a cidade, ele viu umas marcas de pneus ao longo da estrada, seguiu-as. Iam dar à casa de Mary.
Aquilo que mais temes pode encontrar-te a meio do caminho.
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