Sou ferrugem e gravidade.
Sou o tempo que acabou.
Não me pareço com ninguém. Nem sequer comigo.
É culpa deles, eles fazem-nos desaparecer durante a noite.
Arrombam portas e janelas e depois cortam-nos as asas.
Vais ficar bem eu sei, dizem-me.
Eu também sei.
Sei que as folhas vão-se embora a rodopiar, mas as árvores ficam.
Mesmo assim, hoje é outra vez manhã, e o futuro vem na mesma.