domingo, 20 de janeiro de 2008

Sad eyes never lie

Ela entrou. Todos os dias ela vinha ali. Vinha toda arranjada como para um encontro, o seu vestido era verde, combinava com os seus olhos. Os cabelos alourados soltos, ela nunca gostou de andar com eles apanhados. Ele está sentado a um canto, fim de mais um dia de trabalho. Veste uma t-shirt branca, tem braços fortes do trabalho, o rosto queimado do sol. Não diz nada, nunca foi de muitas palavras. Ela diz que é feliz e que está bem, ele tem tempo. Durante alguns momentos ele observa-a fixamente, mas não vai fazer nenhuma investida até ela estar pronta, tem tempo. Porque ela aperece mas depois vai embora com o seu jeito envergonhado, mas ele sabe que bem cedo ela caminhará na sua direção. Será que ela sabe que ele não se importa? Porque ele já la esteve, já por lá passou. Ele sabe que ela pensa que nunca será sua, tudo bem, ele não liga, o sorriso doce e tímido dela é um facto. “Vem!” pensa ele.
Ela entrou toda arranjada como para um encontro. Ela saiu, mais uma vez saiu, como se estivesse segura que ele ali estaria à sua espera. Ele tem tempo.

Sem comentários: